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Mergulhando no Evangelho de Mateus - Capítulo 24

Evangelho de Mateus - Capítulo 24
Jesus em Poder e Glória

Mateus 24 é, sem dúvida, um dos capítulos mais complexos e intrigantes do Novo Testamento. Aqui, Jesus responde às perguntas dos discípulos sobre o futuro, detalhando sinais e eventos poderosos sobre o fim dos tempos e a sua volta, gerando muitas discussões entre as várias escolas escatológicas. A profundidade desse capítulo exige que olhemos para ele sob uma perspectiva teológica clara e honesta e este é o meu convite para você.



Contexto e Estrutura do Capítulo 24


Esse capítulo é conhecido como o Discurso do Monte das Oliveiras. Jesus o proferiu em um local muito simbólico e profético, vamos entender o porquê:

1. Profecia de Zacarias sobre a Volta de Jesus

A profecia de Zacarias descreve o retorno do Messias ao Monte das Oliveiras no contexto da batalha final e do estabelecimento do Reino de Deus:


  • Zacarias 14:3-4

    "Então sairá o Senhor e pelejará contra estas nações, como pelejou no dia da batalha. Naquele dia, estarão os seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o Monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande, e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade para o sul."


Essa profecia conecta diretamente o Monte das Oliveiras à segunda vinda de Jesus, quando Ele retornará para derrotar as nações e estabelecer Seu Reino.


2. Ascensão de Jesus e o Monte das Oliveiras

Após a ressurreição, Jesus subiu ao céu no Monte das Oliveiras, conforme descrito em Atos:


  • Atos 1:9-12

    "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, que está perto de Jerusalém, à distância de um caminho de sábado."



Aqui, vemos que o Monte das Oliveiras foi o local onde Jesus ascendeu e, segundo os anjos, será o local de Seu retorno.


A conversa que presenciamos neste capítulo foi motivada por três perguntas dos discípulos (Mt 24:3):


a) Quando essas coisas aconteceriam?

b) Qual seria o sinal de Sua vinda?

c) E do fim dos tempos?


Esse contexto é crucial, pois as respostas de Jesus abordam tanto eventos históricos (mas ainda proféticos naquele tempo) relacionados a Israel, como a destruição do templo em 70 d.C., quanto os eventos escatológicos que culminam em Sua segunda vinda.


Israel e Igreja

Uma chave para entender Mateus 24 está em reconhecer a distinção entre Israel e a Igreja. Enquanto Israel é o povo escolhido de Deus no Antigo Testamento, a Igreja é formada por todos os que creram em Jesus Cristo após Sua ressurreição, sendo um mistério revelado somente no Novo Testamento (Ef 3:1-9). Essa distinção é essencial para interpretar o discurso de forma consistente e honesta.


A Tribulação, Israel e as Nações

O período da Tribulação é descrito nas Escrituras como "o tempo de angústia para Jacó" (Jr 30:7), um período em que Deus voltará Sua atenção para o povo judeu, cumprindo as promessas feitas a Abraão e Davi.

Também é descrito como o tempo de juízo de Deus sobre as Nações, como vemos em Mateus 25:31-32, Ezequiel 30:3, Joel 3:12, Isaías 24:1-6 e 21-22, dentre outros. Ao lermos todo o capítulo 30 de Jeremias, Obadias 1:15-17 e todos os demais já citados, vemos que o Dia do Senhor (período tribulacional) tem o seu foco na CONVERSÃO de Israel, no cumprimento de todas as Promessas de Deus e no JUÍZO das Nações.

A Igreja, no entanto, é livrada da ira vindoura (1Ts 1:10 e 5:9; Ap 3:10), sendo arrebatada antes desse período de julgamento (1Ts 4:16-17).



a) Quando essas coisas aconteceriam?

Do versículo 1 ao 14 de Mateus 24, Jesus profetiza sobre a destruição do Templo: 2 "Vocês estão vendo tudo isto? ", perguntou ele. "Eu lhes garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra; serão todas derrubadas". E a primeira pergunta que responde é justamente sobre essa profecia: "quando essas coisas aconteceriam?"

Tudo o que Jesus descreve nesses versículos até o 14 é sobre a perseguição que a Igreja primitiva sofreria até a destruição do Templo mas sob a ótica do povo judeu, falando também da dispersão do povo entre as nações, afinal, o mistério da Igreja ainda não havia sido revelado para eles.


Quando Jesus descreve sinais como guerras, fomes, terremotos e perseguições, que são chamados por ele de "o princípio das dores" (Mt 24:8), claramente está falando sobre eventos globais, mas os mantém sob a ótica de como o seu povo sentirá e sofrerá esses eventos.


Esses sinais e eventos têm ocorrido ao longo da história, mas sua intensidade e frequência aumentarão à medida que nos aproximamos do fim. É importante notar que, após falar sobre a perseguição e dispersão do povo, Jesus diz no v. 14: "E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim."


Podemos entender melhor a sequencia dos acontecimentos descritos por Jesus quando lemos e estudamos o relato de Lucas, capítulo 21. 10 Então lhes disse: "Nação se levantará contra nação, e reino contra reino.

11 Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares, e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu.

12 "Mas antes de tudo isso, prenderão e perseguirão vocês. Então os entregarão às sinagogas e prisões, e vocês serão levados à presença de reis e governadores, tudo por causa do meu nome.



b) Qual seria o sinal de Sua vinda?

Versículos 15-28: A Grande Tribulação

Aqui, Jesus menciona a "abominação desoladora" (Mt 24:15), referindo-se à profecia de Daniel (Dn 9:27). Este evento marca a metade da Tribulação, quando o Anticristo profana o templo reconstruído em Jerusalém. O chamado de Jesus para que os judeus fujam para as montanhas, desçam dos telhados, porque essa era a estrutura das casas judaicas da época. Ele também pede que orem para que esse dia não ocorra no inverno e nem no sábado, pontos que são específicos para Israel, reforçando a distinção entre o destino do povo judeu e da Igreja. Porque mais uma vez, embora Jesus esteja descrevendo eventos que vão atingir muitas nações, o foco sempre está em Israel, inclusive o foco e o ódio do próprio Anticristo.


Agora, vejamos o que Paulo diz à igreja de Tessalônica em sua segunda carta, capítulo 2, a respeito da vinda do Senhor Jesus: 1. Não se alarmem pensando que o Dia do Senhor já acorreu; 2. Primeiro será manifestado o homem da iniquidade; 3. Algo ainda o detém que precisa ser retirado; 4. E quando ele se manifestar, então Jesus virá e o destruirá.


Portanto, podemos concluir que o maior sinal da volta de Jesus é a manifestação do Anticristo.

c) E do fim dos tempos?

Versículos 29-31: A Vinda do Filho do Homem

Ao final da Tribulação, após o derramamento dos juízos divinos, Jesus retornará fisicamente para estabelecer Seu reino milenar. Esse evento é diferente do arrebatamento da Igreja, que é descrito como iminente (NÃO SECRETO).

Alguns pós-tribulacionistas usam o termo "arrebatamento secreto" até como forma de ridicularizar a escola pré-tribulacionista, no entanto, o que o pré-tribulacionismo entende é que o arrebatamento é o encontro da Igreja com Jesus nos ares para a glorificação dos corpos e para as Bodas do Cordeiro, o que é um evento separado da Vinda Gloriosa de Jesus, onde todo olho verá.



Em Sua segunda vinda, Jesus aparecerá, no final da Tribulação, com poder e grande glória, reunindo os eleitos de Israel (Mt 24:31), e prenderá o Anticristo, como também podemos ver em Apocalipse, capítulo 19:


11 Vi o céu aberto e diante de mim um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e guerreia com justiça.

12 Seus olhos são como chamas de fogo, e em sua cabeça há muitas coroas e um nome que só ele conhece, e ninguém mais.

...

20 Mas a besta foi presa, e com ela o falso profeta que havia realizado os sinais miraculosos em nome dela, com os quais ele havia enganado os que receberam a marca da besta e adoraram a imagem dela. Os dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.


Jesus nos chama a vigiar

Versículos 37-51

Ora, se ficou claro por meio de tantos textos que Jesus volta em poder e glória no fim da tribulação para derrotar o Anticristo e estabelecer o seu Reino, por que Ele nos chama a vigiar para um encontro que ninguém sabe dia e hora?


A partir da manifestação do Anticristo a Tribulação durará 7 anos, é fácil saber então quando Jesus estará de volta de forma visível. O que não sabemos é quando o Anticristo se manifestará. E antes que ele se manifeste haverá um encontro, da Igreja com Cristo. Esse evento não está claro em Mateus, pelo motivo que já explicamos, o mistério da Igreja e da era da Graça ainda não havia sido revelado e Jesus precisou ser cuidadoso, pois seus discípulos só entenderiam isso após receberem o Espírito Santo.


No entanto, Ele deu pistas a partir do v.37, fazendo a comparação desse evento com o dilúvio na época de Noé.


39 e eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem.

...

42 "Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor.

43 Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.

44 Assim, também vocês precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam.



Mateus 24 nos desafia a olhar para o futuro com um coração alinhado com o propósito eterno de Deus. Para Israel, é um chamado ao arrependimento e à preparação para a vinda do Messias. Para a Igreja, é um lembrete da iminência do arrebatamento e da necessidade de viver em santidade e expectativa. O discurso do Monte das Oliveiras não é apenas um vislumbre do que está por vir, mas um convite para sermos fiéis no presente. o Apostolo Paulo escreve sua primeira carta aos Coríntios os exortando à santidade e pureza, os chamando para uma vida que honre e glorifique a Deus e já no capítulo 15 ele conclui falando sobre o que vai acontecer no arrebatamento da Igreja: 50 Irmãos, eu lhes declaro que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem o que é perecível pode herdar o imperecível.

51 Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados,

52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.

53 Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de imortalidade.

54 Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: "A morte foi destruída pela vitória".


Isso nos faz entender que ESTAR PREPARADOS e vigilantes, como Jesus nos pediu é VIVER EM SANTIDADE e com PROPÓSITO, sabendo que isto é necessário para que possamos nos encontrar com Ele no grande Dia da nossa Vitória, quando seremos transformados e estaremos com Ele para SEMPRE!



E você, o que acha dessas verdades escatológicas? Deixe seu comentário e compartilhe sua perspectiva sobre Mateus 24!


Nos vemos no próximo post.

Fique na Paz do Senhor,

Um beijo e um Cheiro. 😘



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1 Comment


Bom dia! O arrebatamento, a tribulação, a vinda de Jesus, tudo isso sempre me trouxe dúvidas, com isso passei a pesquisar a estudar mais e me entendo hoje como alguém que acredita que a igreja passará pela tribulação. Quando você diz que alguns pós-tribulacionistas, tentam "riducularizar" os pré, isso não é de todo verdade, a minha vida toda fui levada a crer, por filmes, pregações e muitas pessoas à minha volta, que seríamos arrebatados de uma hora para outra, ninguém entenderia, seria em secreto mesmo. Quando você citou ITs 1:10, eu pensei comigo, será que eu estou enganada? Mas logo, posso chamar de Espírito Santo, pensei que essa irá não se trata da tribulação e sim da morte eterna que…

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